segunda-feira, 17 de novembro de 2008

12.

"A bata branca que enverga não engana! É o médico que vem fazer-lhe a visita do dia. O Sol entra pela janela do quarto onde está instalada, e ela, ao sentir o abrir da porta, olha e sorri com uma expressão doce e generosa: “Bom dia Doutor, como está?”!
Ainda jovem, cumprindo o internato da especialidade, devolve um cumprimento estusiasmado deixando evidente que aquela é a sua paciente preferida! Desde que travou contacto com o seu caso – algo complicado, do ponto de vista clínico! – decidiu-se a acompanhá-lo até ao fim, em prol do aumento dos seus conhecimentos... “Como se sente hoje? A noite, passou-a bem, sem dores?”
Fixam os olhos mutuamente, não conseguem disfarçar a atracção que sentem um pelo outro, de tal modo que as palavras de resposta escasseiam dentro da fala da mulher que, entretanto, se substitui à “doente”. Ele aproxima-se devagar e com suavidade ajuda-a a elevar-se da cadeira onde descansava, para a sentar na beira da cama... “Tenho de lhe tocar um pouco para ver em que estado se encontra, pode ser?” Ela, baixa levemente os olhos e sem pensar molha os lábios aceitando o beijo que sente palpitar na boca do cuidador. Pouco a pouco, despindo-a com sabedoria de mestre, acaricia-lhe a pele e afaga-lhe os cabelos sedosos que, desalinhados, deslizam costas abaixo. Um bafo quente circula em torno dos pescoços que, meio enleados, roçam um no outro misturando os cheiros dos dois até à indistinção. A leve camisa de noite que vestia, desce até à cintura da mulher e forma-lhe um abrigo protector. Seios desvendados são agraciados pela hidratação salivar que se desprende da boca do homem que a deseja conhecer para além dali... Beijam-se terna e amorosamente. A paixão espreita sem segredos nem torturas...

Ele é um estrangeiro de alma latina, moreno, cebelo forte e negro. Com olhos escuros e penetrantes, é bem constituído fisicamente. Perfuma-se discretamente e veio aprender com o Senhor Professor Português as artes do bem cuidar.
Ela é uma mullher menos jovem do que ele, mas de uma beleza sensual inequívoca. De olhar directo, faz-se comunicar com uma voz que traduz a sua fúria de viver!

As mãos dela vagueiam pelos braços fortes do amante enquanto as pernas, abertas, o abraçam irresistivelmente. O beijo que trocam é longo, lânguido... Ela sente-o grande, palpitante, apelativo! Num gesto amparado por ele, levanta-se da cama e, de novo no cadeirão de repouso, abre-lhe as calças já molhadas e lança-se num beijar sofrego e meigo que o faz tremer... ... Durante alguns minutos, aproveitam-se ambos do prazer mútuo que partilham, mas a visita deve continuar e, por isso mesmo, não podem demorar-se em demasia correndo o risco de serem surpreendidos por alguém mais.
Ao comando electrónico, a cama é subida até uma altura própria e de comum acordo, ela deita-se de barriga para baixo com cuidado, enquanto ele a penetra devagar, ao mesmo tempo que com prontidão! ..."