terça-feira, 3 de novembro de 2009

05.

gosto do inesperado
...
de ouvir as tuas mãos queixarem-se do desafio que sentem
ao quererem, sem conseguir, abarcar todas as minhas nádegas de uma só vez...
...
roda-las acima e abaixo
e de novo as fixas na ponta dos dedos procurando gravar
(como que a laser)
os traços da minha pele nas polpas macias, não vás ficar cego
(de cegueira malfadada, perdida, desnorteada)
e esquecer-te das curvas que desavergonhadamente mostro ao passar por ti
na rua
...

gosto do provocado
...
das putices que me sussuras sem dizeres palavra
enquanto me roubas a língua e a colocas a sugar a tua
mais da contracção que promovo no teu abdómen, quando a ele me encosto
à procura do consolo para me satisfazer
...

gosto do grito que te faz transpirar
e do sabor das gotas do teu suor contido.

gosto do teu sexo
que me dedilha a alma toda
e se lambusa sem preconceitos até à minha rendição.

Toma-me!