sexta-feira, 27 de agosto de 2010

09.

tentarei descrever as tuas mãos, amor...



linha a linha, gesto e cor

feixes de luz energética que perpassam a alma de mim

lápis de seda escrevendo no papel rugoso da minha pele

os teus dedos.

toque

toque

batem-me à porta do coração. despem-me sempre que avançam na minha direcção.

desmaquilham-me de lembranças

desfiguram as memórias de outros dedos. transtornam-me



tomam conta do meu corpo como se amputadas de ti

passassem a ser minhas também.

as tuas mãos, amor...



deslizam dentro do vagão procurando o tesouro do meu gemido

suplico-tas!

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