sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

00.




Paixão, desejo, loucura, Amor...

Feliz Natal!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

12.

"A bata branca que enverga não engana! É o médico que vem fazer-lhe a visita do dia. O Sol entra pela janela do quarto onde está instalada, e ela, ao sentir o abrir da porta, olha e sorri com uma expressão doce e generosa: “Bom dia Doutor, como está?”!
Ainda jovem, cumprindo o internato da especialidade, devolve um cumprimento estusiasmado deixando evidente que aquela é a sua paciente preferida! Desde que travou contacto com o seu caso – algo complicado, do ponto de vista clínico! – decidiu-se a acompanhá-lo até ao fim, em prol do aumento dos seus conhecimentos... “Como se sente hoje? A noite, passou-a bem, sem dores?”
Fixam os olhos mutuamente, não conseguem disfarçar a atracção que sentem um pelo outro, de tal modo que as palavras de resposta escasseiam dentro da fala da mulher que, entretanto, se substitui à “doente”. Ele aproxima-se devagar e com suavidade ajuda-a a elevar-se da cadeira onde descansava, para a sentar na beira da cama... “Tenho de lhe tocar um pouco para ver em que estado se encontra, pode ser?” Ela, baixa levemente os olhos e sem pensar molha os lábios aceitando o beijo que sente palpitar na boca do cuidador. Pouco a pouco, despindo-a com sabedoria de mestre, acaricia-lhe a pele e afaga-lhe os cabelos sedosos que, desalinhados, deslizam costas abaixo. Um bafo quente circula em torno dos pescoços que, meio enleados, roçam um no outro misturando os cheiros dos dois até à indistinção. A leve camisa de noite que vestia, desce até à cintura da mulher e forma-lhe um abrigo protector. Seios desvendados são agraciados pela hidratação salivar que se desprende da boca do homem que a deseja conhecer para além dali... Beijam-se terna e amorosamente. A paixão espreita sem segredos nem torturas...

Ele é um estrangeiro de alma latina, moreno, cebelo forte e negro. Com olhos escuros e penetrantes, é bem constituído fisicamente. Perfuma-se discretamente e veio aprender com o Senhor Professor Português as artes do bem cuidar.
Ela é uma mullher menos jovem do que ele, mas de uma beleza sensual inequívoca. De olhar directo, faz-se comunicar com uma voz que traduz a sua fúria de viver!

As mãos dela vagueiam pelos braços fortes do amante enquanto as pernas, abertas, o abraçam irresistivelmente. O beijo que trocam é longo, lânguido... Ela sente-o grande, palpitante, apelativo! Num gesto amparado por ele, levanta-se da cama e, de novo no cadeirão de repouso, abre-lhe as calças já molhadas e lança-se num beijar sofrego e meigo que o faz tremer... ... Durante alguns minutos, aproveitam-se ambos do prazer mútuo que partilham, mas a visita deve continuar e, por isso mesmo, não podem demorar-se em demasia correndo o risco de serem surpreendidos por alguém mais.
Ao comando electrónico, a cama é subida até uma altura própria e de comum acordo, ela deita-se de barriga para baixo com cuidado, enquanto ele a penetra devagar, ao mesmo tempo que com prontidão! ..."

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

11.

Idalina quer presentear-se e abrir o seu cofre secreto ao corpo daquele que a seduz.

Sai de manhã cedo em passeio divagante com um objectivo claro na cabeça: vai comprar um “boneco de silicone” para se dedicar às diabruras entusiasmantes que povoam o seu imaginário. Feita a pesquisa necessária sobre os modelos no mercado, está certa de que escolherá aquele que, bem comprido e espesso, melhor lhe dê uma sensação real quando o mergulhar boca adentro. Quer sentir e apreciar sem se cansar, o desenho dos contornos físicos de uma verdadeira glande, rija e pujante, quando o saborear com a língua salivante.

Delicia-se com a passagem dos olhos brilhantes pelas peças expostas na loja, discreta mas recheada, e fantasia um delírio a 3 com o gentil cavalheiro que, saído do balcão, lhe mostra todos os espécimes que quer ver de perto, palpando-os com as próprias mãos para ver se lhe servem. Uns mais macios e pequenos, bons para iniciadas; outros, à prova de àgua, prometem carícias no duche. Mais alguns de metal forrados, duros, rijos e frios.
Idalina não esconde o seu culto ao membro desejado e, de mãos levantadas à altura do peito molda um, de cor natural, com cabeça bem exposta e delineada, enfeitado de nervuras quase quase perfeitas. Encara o cavalheiro de frente, olhares cruzando endiabrada e diz: “Levo este! Parece-me muito ao meu jeito, capaz de me fazer voar!” Ele sorri-lhe e confessa-lhe que é dedicado ao baloiço que trouxe da Alemanha, e que atrai a evidente curiosidade de Idalina. “É perfeito para casais que se querem divertir à grande, diz-lhe ruborizado!” Idalina pavoneia-se em torno do enorme aparelho e imagina-se ginasticando o corpo em posições desafiantes amarrada às correias de cabedal que formam o brinquedo gigante...
Chicotes e máscaras já as levou de outra vez, e as bonecas insufláveis não fazem as suas preferências. Idalina confessa: gosta de loiras redondas de peitos cheios e com cheiro a jasmim.

Saborosos finíssimos de chocolate e apetecíveis unguentos de menta e lavanda compõem o stock de presentes que traz na sua malinha de mão. O cavalheiro ficou para trás e Idalina quer partilhar agora com o seu homem real as surpresas que comprou para adocicar a cama de ambos.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

10.

- Tenho uma proposta para te fazer.
- Ah sim!? E qual é?
- Gostaria que hoje fizessemos amor sem nos tocarmos um ao outro...
- Humm! ...
- Aceitas?
- Pode ser complicado, mas ... aceito o desafio.

(Sorriem um para o outro, cúmplices de um desejo comum.)

O corpo longo e forte dele, entretanto exposto sem reservas, abandona-se no leito perfumado de lavanda e rosmaninho, e uma cadeira larga e confortávelmente vestida por uma manta felpuda e quente, repousa delicadamente no chão do quarto, pronta a recebê-la a ela, como num abraço caloroso. Ele assinala quando ela entra núa, que quer ainda perguntar alguma coisa, mas logo percebe que nada mais há a dizer a partir dali, tão claro é o gesto do seu olhar penetrante... Os brilhos lânguidos ao mesmo tempo que apaixonados dos olhares de ambos entrecruzam-se, cumprimentando-se directamente. Está aberta a cena, sobem o pano do palco que os rodeia e lhes serve de base – jogarão o jogo do amor! Entregam-se mutuamente num encanto que só os verdadeiros amantes conhecem.Alguns segundos dedicados aos acertos dos ritmos respiratórios dão lugar a que M. entreabra os seus lábios, humedecendo-os delicadamente para logo fazer um movimento de deglutição inevitável da água que, entretanto, lhe brotava fresca e silenciosa, dentro da boca. C. continua a olhá-la nos olhos, apreciando-lhe a infinita beleza: “Esta mulher é extraordinária”, pensa em segredo. Sorri-lhe e inicia o passear pelo seu próprio corpo, tomando a medida das suas pernas, que sabe que ela tanto deseja. Longas, fortes e musculadas, apercebe-se de que são, de facto, enormemente atraentes. Rodeia os joelhos, abraçando cada um por sua vez, com ambas as mãos, e massája-os obtendo com esse movimento uma renovação de energia. Prende-se nas coxas que esfrega com gestos dinâmicos, aquecendo-se a si mesmo. Ela mostra-se imperturbável, pelo menos aparentemente. Voltam a sorrir...

M. beija a sua boca, levando a língua a calcorrear cada dente, cada recanto, cada ressalto do palato, da caverna milagrosa. A minúcia com que percorre tão profunda gruta, bem como o calor sereno que sente por dentro, mostram a si mesma o quanto é agradável para ele ter-se dentro dela, quando o abocanha com ternura e lhe permite que lá more por tempo indeterminado. Volta a molhar os lábios, agora olhando C. provocantemente. Ele sente um calafrio e solta um leve “Humm!”, fazendo um movimento para a frente como quem se insinua e lhe diz, quero entrar ai.
Unhas pintadas de vermelho escuro, em mãos previamente hidratadas e macias, são usadas agora para excitar a pele do tronco, e seios e ancas e pernas. Quase pode ouvir-se o ruído que fazem nos poros da alma de ambos. Ela respira fundo, tentando controlar a sofreguidão em que está prestes a cair. Mas, o ritmo de ambos deve ser mantido. Retorna as mãos acima, e delineia com precisão e cuidado, os laterais que contornam a cintura, bem marcada. Deixa-as escorregar naturalmente pelos abdominais e detém-se neles, aconchegando a sua respiração. Observando C., segue-lhe uma das mãos que se enche de frutas maduras, recheadas de seiva quente e doce. Ele aperta-se devagar, ao mesmo tempo que leva a outra mão à boca, molhando-se nos dedos... Está erecto, vermelho, pulsante. Contudo, aguarda-se para mais tarde.
Os cheiros do prazer antecipado, enriquecem o ambiente. As peles transpiram, pulverizando o ar, humedecendo-o, refrescando-o tanto quanto o tornam apetecível...

Ele chega agora à sua dura barriga, trabalhada com afinco para que a possa carregar ao colo, e sente-lhe o poder. Não resiste a tocar-se entretanto, tentando experimentar o que sabe que ela aprecia: a suavidade da pele do seu membro na ponta dos dedos. Sente as cócegas leves que o arrepiam e o deixam sem alternativa. È preciso agarrá-lo já, e sentir-lhe a inteireza...
Volta a olhá-la, num olhar cada vez mais semi-cerrado, enquanto mordisca o lábio inferior, sussurando-lhe o fulgor em que se encontra por dentro.
O interior das coxas de M. estão expostas abertamente; ela percorre-as rapidamente, aperta-as e sente-se a pingar a manta que a acaricia por baixo. Os mamilos pedem-lhe alguma atenção, que ela lhe dedica sem esperar: segura-os e mostra-os a C., que os deseja há muito... Abraça os seios com força, sente-os quentes de um prazer indescritível. Revigora os movimentos com que massaja o corpo, de novo a barriga, as pernas, a cintura para de imediato agarrar no pedaço mais proibido. A manta continua húmida e ela recebe na mão o líquido que permite todas as aventuras. Brinca consigo mesma, tentando atrasar tanto quanto possível o mergulhos dos dedos por si adentro. Contorna-se, abre-se e fecha-se em movimentos pélvicos, enquanto devolve a C. um olhar de partilha profunda. Estão ambos entusiasmados... ... Ela alimenta-se do seu próprio sabor meio salgado. Lambe-se gulosamente.
C. mantém-se firme e seguro de si mesmo. Quer possuí-la com as suas próprias mãos. Freneticamente se ampara, se grita, se chupa simbolicamente. Ela entrega-se á exploração de cavidades impróprias, para sentir o êxtase do aperto. Ele levanta-se e coloca-se na sua frente. M. sorri como quem consente recebê-lo por perto. Está sedenta de qualquer coisa que lhe purifique a pele e lhe acalme a boca. Esfrega-se, alternando mãos e cavidades e pontas dos dedos numa acção massacrante. Escorre bastante ao sentir o cheiro de C. tão perto do nariz. Ele grunhe dizendo do prazer que sente e que se avizinha pleno. Contra as regras enunciadas ela abre-lhe a boca e toma-o de assalto, engolindo-o na perfeição. Ele solta um suspiro de agradecimento e de prazer, e ela, olha-o nos olhos mostrando o quanto está pronta para trocar pelas mãos dele, as suas dentro de si...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

9.

Cabelos negros, compridos, escorrendo costas abaixo são delicadamente lavados pelas mãos grandes e sábias do homem a quem se entregou há minutos atrás. Rolam beijos de carinho em troca da suave passagem do sabonete pelo seu corpo redondo, pequeno, feminino, em vez de palavras desnecessárias que jamais expressariam o requinte único do sabor adocicado, líquido, que ainda guarda na boca... é tempo de retempero, de permanência, de partilha do sémen da vida adulta.

Acordaram cedo para se amar de novo, para provar um ao outro que se querem, que se desejam, que se buscam em recantos de coxas, nádegas, bocas sedentas calorosas. Exploram-se nos dedos que percorrem o interior dela e na forma como a língua molhada se desembaraça ao rodear-lhe o centro de tudo. Ela abocanha-o provocantemente e ele assiste vendo de cima, exultando-a, pedindo-lhe mais, movimentando-se, dando-lhe o ritmo que quer. A boca fechada acompanha com satisfação. Gosta de o ver gozar. Ela sabe que para além dos seios, a boca é a fonte de todas as delícias. Ambos se jogam nos trunfos que trazem de experiências passadas, traçando as pernas enquanto se preparam para a eterna luxúria.
Atracam-se um no outro e partilham o comando dos movimentos quase quase violentos, vigorosos, frenéticos, em busca de oferecer mais e mais ao amante que pretendem que fique. Querem dar e receber na mesma e exacta medida. Esmeram-se na fornicação real, enquanto fantasiam com voos negros ainda por explorar. Ela promete cabedal, chicote e máscara; ele, promete submissão, obediência... Ela dá-lhe o traseiro e move as ancas largas, pedindo-lhe que a esmague contra si: o prazer que experimenta deixa-a louca, transporta-a para um lugar de enorme fascínio. O rio que a alaga e pinta de branco, escorrendo pernas abaixo, não engana quanto ao deleite vivído... Ele elouquece chegando ao suor que pinga corpo abaixo, transformando-se numa esponja molhada de óleo natural que hidrata as peles de ambos e permite o desenvolver do momento. É hora de orgasmos múltiplos, delirantes, simultâneos. São dois animais em guerra aberta e transparente pelo poder da reciprocidade. Quase disputam a alma para que, na entrega do corpo, se presenteiem com o melhor que sabem possuir, cada um deles, para amar o outro...