quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

7.

Estamos sentados frente a frente, nús, cansados. Acabámos de fazer amor e eu desenho-te suavemente os contornos do rosto com a ponta dos meus dedos, enquanto tu, ajoelhado no chão, me abraças pela cintura e fechas os olhos. “Nem imaginas a quantidade de vezes que já fiz isto na fotografia que guardo de ti...”, murmuro como quem diz qualquer coisa a medo! Tu, fazes-me sentir que sonhas como quem esperava por aquele momento de ternura, por aquele momento de recobro, de descoberta, de devolução de amor puro e sereno. Abraçamo-nos de seguida e eu digo-te “...queria que este momento fosse eterno. Para mim é eterno...”. O teu abraço suave e seguro e o teu silêncio tão cheio deixam-me emocionada. Deveras emocionada... Logo te levantas e vais buscar a taça de amoras e uvas que tinha preparado para nós para que as comamos juntos. “Hum! as uvas são boas!”. Dás-me algumas à boca e sentamo-nos no chão da sala ainda em descanso, num namoro precioso. Admiramo-nos mutuamente nas belezas reais que somos e transportamos e, és tu agora quem me desenha os seios, tão terna e docemente. Ouço-te dizeres-me “Que bela és, minha querida!” ...

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