sábado, 17 de setembro de 2011

13.

Idalina não precisa de muitas extravagâncias para se sentir plena e ao rubro.
Quem já a conhece, sabe que é fervorosa sem dúvida, contudo desenganem-se aqueles que, por se assustarem com a sua libido sempre pronta, receiam que lhes bata ou que precise de artifícios macabros para se excitar. Idalina satisfaz-se com espontaneidades!

Comprou há tempos um chicote numa lojeca de acessórios eróticos, por achar piada ao objecto em si. Sempre sentiu um certo fascínio por materiais naturais, animalescos - a pele chama-lhe a atenção! A pele...a pele que a envolve, macia, suave, dourada. A pele do outro, cheirosa a macho, igualmente suave, transpirada, sedosa, quente! Sente um prazer especial em gravar na ponta dos seus dedos cada poro da pele alheia. Em ser beijada, desenhada, esculpida na sua própria pele, tatuada com a energia masculina do outro que a despe de repente e a deixa nua, exposta ao seu olhar desejante...

Simples, Idalina aguarda pela oportunidade de brincar com o seu chicote! Já se imaginou a desafiar alguém para ir ao seu encontro, num dia inesperado sem qualquer propósito ou com um pretexto estúpido, para surpreender à chegada - imediatamente à chegada, sem perder um segundo! Estará despida a rigor, apenas com uma tanga vermelha, descaradamente apelativa, de pernas moldadas pelos saltos mais altos que conseguir aguentar e os seios e cintura bem marcados por um corpete de cetim preto. O chicote na boca, lânguida... Não dirá nada! Ele só a verá à luz das velas que, espalhadas pela casa envolverão o momento de pura luxúria!

Espontaneidades...

2 comentários:

Alberto Oliveira disse...

... Natércio quedou estupefacto ao transpor a porta do quarto da mulher por quem tinha perdido a cabeça. Sendo verdade que ela sempre o surpreendia de cada vez que se encontravam para celebrarem a paixão desenfreada que os consumia, desta vez o cenário que tinha perante os seus olhos, fazia jus à criatividade sensual com que Idalina "assinava" aqueles momentos.
-- Só não entendo porque tens um chicote na boca, minha doida!
-- Ó meu tarado esquecido! Então não te lembras que combinámos que hoje vamos fingir que fazemos amor no Museu dos Coches?
-- Passou-me completamente! Mas tudo bem; relincho eu ou conduzes tu?

Azul disse...

Fantástico, Legível! Seja bem aparecido por cá! Atão não é que era mesmo essa a ideia da depravada: fingir-se no museu dos coches! Lololololol!! Abraço para si! Me aguarde, viu? Vou continuar por aqui! :)