segunda-feira, 15 de outubro de 2007

1a.

O burburinho é sempre o mesmo e a noite tem a cor habitual. Apanho um táxi e olhando fixamente para o espelho retrovisor, encontro os olhos azuis de outra mulher. Peço-lhe apenas que deambule avenidas fora até me apetecer parar algures como sempre faço, e re-encontro-me numa cumplicidade imediata, característica, perfeita... Rodopio dentro de mim imaginando a rota que desejo para hoje, que é como quem diz, o tipo que gostaria de nunca vir a conhecer e ela, apenas suspira olhando-me agora, disfarçadamente. Conduz muito bem. Anda de forma suave, desliza sobre o asfalto por vezes esburacado, da cidade que me acolhe sempre com um sorriso e com uma brisa no ar, que me inebria.

Não dizemos palavra, apenas caminhamos juntas. Paramos nos vermelhos tradicionais e avançamos somente quando a luz muda de cor, quando nos permitem continuar. Perto de um local movimentado, tradicionalmente frequentado por gente que janta fora e depois passeia em noites de luar, faço-lhe sinal de que quero ficar ali. “Mas, aqui não está quem você procura!”, diz-me a mulher com os olhos no chão, parando o carro. Sinto um arrepio medula abaixo, garganta dentro.

Mudo de rota...

Aceito o convite que entredentes ouvi. “Siga por favor, para onde quiser!"

De novo nos encontramos olhos nos olhos, castanhos azuis, misturados numa espécie de luxúria que se adivinha tremenda...
Espontaneamente ouço-me a gargalhar e sem que me aperceba logo, um dos botões centrais do meu casaco foge da casa que o aprisionava. A mulher suspira agora para que eu oiça e chama-me a atenção para si. Enquanto manobra o carro que nos transporta para outro universo, eu fixo-me nos olhos dela e vejo-a a transpirar de desejo. Os meus lábios incham-me e o baton vermelho com que os pintalguei intensifica o sabor a framboesas frescas, acabadas de colher. Lambo-me para ela, mostro-lhe a minha lingua sedenta e a minha boca faminta enquanto abro ligeiramente as pernas para que a saia me suba e ela possa ver-me a escorrer para si.“Vamos parar em breve”, diz-me. Eu confirmo-lhe que sim.

A janela semi aberta deixa-me sentir o calor do corpo da noite que apetece despir. Ela arrepia caminho e acelera estrada fora até um local desabitado, seu conhecido. “Podemos ficar aqui.É seguro!”Aceito o que me diz e entrego-me sem mais delongas ao meu peito desnudando-o para ela. As pernas suadas sentem-lhes as mãos macias a subirem lentamente como quem procura um tesouro, e as nossas bocas pedem-se, bebem-se já num beijo delirantemente saboroso. Conhecemo-nos desde sempre, é o que sinto. A saliva dela é limpa e fresca e as nossas linguas tocam-se de forma tão segura que quase se confundem. Chego-lhe ás calças que já traz abertas e noto que está também nua por dentro. O toque dos meus dedos na sua pele é de cortar a respiração. Massajo-lhe suavemente a vulva despida de pelos, como a minha aliás, e enquanto ela me abocanha o mamilo hirto e me beija as mamas cheias, eu deleito-me com o sabor da sua vagina, lambendo os meus dedos que por lá se vão passeando muito devagarinho.
Estremeço de repente quando a sinto penetrar-me sem que eu espere com dois dedos firmes e, no vai vem que me elouquece, solto um gemido pungente.“Gostas de mim querida!”, oiço-a dizer-me. Mas, não me dou tempo a responder, quero senti-la antes por dentro também, e corro a desafiá-la num circuito clitoriano imperdível. Ela vem-se quando lá toco, está louca de prazer e eu, encharcada, grito de gozo puro com o movimento rápido que ela faz dentro de mim, abanando os dedos juntos, lá bem fundo. Beijamo-nos de novo, sofregamente.

Saimos para a rua e num ápice estamos completamente nuas, deitadas numa espécie de monte de areia fina, agradável ao toque, frio. O luar acompanha-nos e ilumina-nos o caminho a seguir para a melhor parte da noite.
Damos as mãos enquanto olhamos o céu por um minuto e eu levanto-me lentamente dando-lhe sinal que a vou mimar como merece. Encaixo-me no meio das suas pernas que afasta sabiamente, e beijando-lhe os lábios húmidos, deixo-me depois deslizar pelo seu corpo abaixo tocando-lhe apenas com os meus mamilos ao mesmo tempo que lhe vou tomando o gosto á pele morena, bem lavada, cheirosa a sabonete. Ela geme baixinho e faz-me acreditar que estamos no paraíso... Fechando os olhos, balbucia “Sou toda tua agora, minha linda e doce feiticeira!”

Abraço-a pelos quadris e aperto-lhe as nádegas fartas enquanto me atiro de cabeça ao seu lençol de água escorrendo, límpida, transparente, ligeiramente viscosa que de dentro dela espreita para me matar a sede. Avidamente me desmaquilho junto da sua pele, servindo-me do seu líquido natural para me embelezar... ela estremece e geme ora em gestos suaves, dançantes como quem sussurra, ora de forma a que se oiça o quanto está a viver uma vida toda de uma só vez. Eu lambuso-me na sua fonte de mel, mais e mais e agarro-lhe os seios com força enquanto me sento sobre ela, também eu deslizante qual rio que corre na minha aldeia, em busca de um prazer comum! Amamo-nos naqueles momentos loucos. Os beijos salivantes não mentem e dizem que somos só uma, a mesma, o eterno entendimento feminino num lugar comum mas único, inigualável!

1 comentário:

Unknown disse...

HOT....HOT....HOT.... momento unico